quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Papel de plástico reciclado

Embalagens descartadas servem para rótulos e livros

por Dinorah Ereno
fonte: Revista Pesquisa FAPESP, edição 155 de Janeiro de 2009.

Um papel sintético fabricado com plástico descartado pós-consumo foi desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e testado em uma planta piloto da empresa Vitopel, fabricante de filmes flexíveis com fábrica em Votorantim, no interior paulista. Produzido em forma de filmes, o material produzido a partir de garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de material de limpeza pode ser empregado em rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas, livros escolares e cédulas de dinheiro. "Ele é indicado para aplicações que necessitam de propriedades como barreira à umidade e água, além de ser bastante resistente", diz a professora Sati Manrich, do Departamento de Engenharia de Materiais da universidade e coordenadora do projeto que teve financiamento da FAPESP para o desenvolvimento da pesquisa e o depósito de patente. O papel sintético comercializado atualmente é produzido com derivados de petróleo. "Existem várias patentes e produtos comercializados com matéria-prima virgem, mas não encontramos nenhuma patente ou papel sintético feito a partir de material plástico reciclado", diz Sati.
Os testes na planta piloto, também chamada de escala semi-industrial, foram conduzidos por Lorenzo Giacomazzi, coordenador de tecnologia de processos da Vitopel, que tem a cotitularidade da patente. "O grande diferencial desse processo é fabricar um papel sintético com material totalmente reciclado", diz Giacomazzi. Foram usadas várias composições e misturas de plásticos da classe das poliolefinas. "O aspecto final é o mesmo do produto feito a partir da resina virgem, com a vantagem que se aproveita o material que iria para o aterro sanitário ou lixões." A negociação da patente foi uma permuta entre as duas partes. Como a empresa precisava conhecer a composição do material para permitir o uso do equipamento, foi feita uma parceria. "Não pagamos nada para usar a máquina necessária para o experimento e, em troca, eles ficaram com um terço da propriedade intelectual", explica Sati. Atualmente a empresa está à procura de fornecedores de material reciclado para continuar os testes em escala ampliada.
No processo desenvolvido na universidade, os plásticos, depois de limpos e moídos, recebem a adição de partículas minerais para obtenção de propriedades ópticas – como brilho, brancura, contraste, dispersão e absorção de luz – e resistência mecânica ao rasgamento, tração e dobras. A mistura é colocada em uma máquina extrusora a altas temperaturas, onde amolece e se funde. No final, o material transforma-se em uma folha grande fina, semelhante a um papel fabricado com celulose, que é enrolada e cortada de acordo com a aplicação.
Os testes na planta piloto foram feitos com as composições de plásticos que apresentaram em laboratório as melhores propriedades para fabricação de papel sintético. Para efeito de comparação, foram avaliadas as propriedades ópticas e o resultado da impressão em papéis produzidos com matéria-prima virgem e com resíduos plásticos. "Nos testes feitos, as propriedades do papel sintético praticamente não se alteraram com o uso do material reciclado", relata Sati. Apenas nos casos em que na composição entraram resíduos de plásticos escuros, com pigmentos incorporados, foi observada alteração na alvura do material.
O interesse da pesquisadora pelo tema data de 1996, quando iniciou um projeto financiado pela FAPESP para a caracterização de poliolefinas provenientes de resíduos urbanos para a fabricação de papel sintético. Desde então, Sati orientou várias pesquisas que tinham como foco o reaproveitamento de embalagens descartadas pós-consumo. Duas delas resultaram em pedidos de patente para a fabricação de papel sintético, mas os processos e os materiais utilizados são diferentes. A primeira usa como matéria-prima as garrafas PET – sigla de poli (tereftalato de etileno) – e precisa de uma etapa adicional, que consiste de um tratamento químico, para produzir o filme. A segunda pesquisa, iniciada em 2002 e considerada um aperfeiçoamento da anterior, é a do papel sintético testado na Vitopel.
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Os projetos
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1. Estudos em filmes multicamadas de compósitos de termoplásticos virgens e reciclados para aplicações em escrita e impressão.
2. Papel sintético e filmes ecológicos para escrita e impressão, composições, processos de orientação e uso dos mesmos.
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Modalidades
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1. Auxílio Regular a Projeto de Pesquisa.
2. Programa de Apoio à Propriedade Intelectual.
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Coordenadora
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Sati Manrich - UFSCar.
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Investimento

R$ 69.518,53 (FAPESP) / R$ 7.479,00 (FAPESP).
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Letra ecológica

fonte: UOL


Uma agência de comunicação holandesa desenvolveu uma fonte de caracteres TrueType que economiza até 20% de tinta utilizada no momento da impressão. Essa fonte ecologicamente correta chama-se Spranq Eco Sans — ou apenas Ecofont — e seus caracteres são vazados com pequenos furos que permitem uma diminuição da área de cobertura na hora de imprimir, o que gera a economia de tinta.


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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Selo Verde da USP

Algumas informações e artigos publicados na mídia em relação à criação do Selo Verde pela Universidade de São Paulo.
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Selo Verde da USP: reconhecimento às empresas preocupadas com o meio ambiente.
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fonte: Assessoria de Imprensa da Reitoria da USP, 19 de Dezembro de 2008.

O Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo (CCE-USP), com o apoio da Coordenadoria de Tecnologia de Informação (CTI), lançou, no dia 17 de dezembro, o Selo Verde da USP, um reconhecimento concedido às empresas da área de tecnologia cujos produtos sejam ambientalmente sustentáveis.
Esta primeira série de Selos Verdes foi concedida à Itautec pelo lote de mais de dois mil computadores, entre laptops e notebooks, fornecidos para a Universidade, atestando que as máquinas estão em conformidade com a diretriz européia RoHS, que prevê a não-utilização de insumos tóxicos ao meio ambiente na fabricação de equipamento, além de apresentar maior eficiência energética.
Além dos computadores, o Selo Verde também poderá ser aplicado em outros equipamentos eletrônicos, como impressoras e switches (usados na conexão de computadores em rede).
"Temos certeza de que este processo firmado entre a USP e a Itautec abre precedentes para que outras instituições adotem como condição, em suas licitações e concorrências, a preocupação real com o meio ambiente", afirmou a diretora do CCE, Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, que fez uma apresentação sobre o trabalho desenvolvido pela Comissão de Sustentabilidade do Centro, responsável pela criação do Selo Verde, durante a cerimônia de lançamento.
A Comissão foi implantada em 2007 e desenvolve, dentre suas ações, o tratamento de lixo eletrônico. "Em junho, coletamos, apenas no CCE, cinco toneladas de lixo eletrônico, entre hard disks, drivers, PCs, teclados, impressoras e mouses", destacou. Segundo ela, a proposta é a de criação de um Centro de Descarte e Reciclagem Sustentável, em parceria com o Massachussetts Institute of Technology (MIT), que expanda esse trabalho para outras Unidades da USP. O CCE receberá, em janeiro, cinco pesquisadores do MIT para o desenvolvimento do projeto, que contará com a parceria da Agência USP de Inovação.
Para a reitora da USP, Suely Vilela, "ambas as iniciativas, criação do selo verde e implantação de um Centro de Descarte e Reciclagem Sustentável, destacam-se pelo pioneirismo em relação a órgão público e de ensino superior no Brasil". A reitora enfatizou a importância do esforço conjunto do CCE com a Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI), que permitiu a aquisição dos computadores e notebooks verdes da empresa Itautec, "que tem trabalhado visando ao atendimento dos requisitos internacionais de produção sustentável".
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O QI verde da USP
por Silvia Balieiro
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fonte: INFO Online, 22 de Dezembro de 2008.
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A Universidade de São Paulo cria um selo verde e pensa na criação de um centro de descarte, reuso e reciclagem sustentável para microcomputadores velhos.


O que tecnologia tem a ver com sustentabilidade? Essa pergunta é respondida com freqüência pela professora Tereza Cristina Carvalho, professora do LARC e diretora do CCE (Centro de Computação Eletrônica) da USP. Essa pergunta é feita não só por pessoas de fora, mas também de dentro da USP. Para todas a professora Tereza tem a resposta na ponta da língua. E não é por acaso. Ela é líder de um movimento que acaba de criar um "selo verde" para todas as máquinas que são compradas pela Universidade de São Paulo. Além disso, foi dela a iniciativa de criar um centro de reciclagem para máquinas velhas dentro da universidade. Em entrevista à INFO, Tereza falou a importância de ser verde para as empresas e para os usuários de tecnologia.

INFO As empresas ainda estão reticentes em relação à necessidade da sustentabilidade na TI
Profa. Tereza Muitas empresas ainda estranham esse assunto. Mesmo aqui no CCE, quando nós falamos da necessidade de criar uma TI mais verde, muitos se perguntaram o que a tecnologia tem a ver com a sustentabilidade.

INFO Como esse trabalho começou aqui na USP?
Profa. Tereza Sou ex-aluna do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e em 2007, durante um encontro de ex-alunos, conheci um projeto de Sustentabilidade, que busca transformar máquinas obsoletas ou inutilizadas em algo útil. Foi aí que resolvi fazer algo parecido aqui na USP, com o apoio do MIT.

INFO Como funciona essa parceria com o MIT?
Profa. Tereza Assim que nosso projeto foi aprovado por uma comissão deles, dois representantes vieram ao Brasil para começarmos a colocar o plano em ação. Com a ajuda deles criamos a Cadeia de Transformação de Lixo Eletrônico, um projeto que tem a intenção de pegar a sucata de um micro e aproveitar ao máximo os seus componentes e matérias.
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INFO Que materiais e componentes são esses?
Profa. Tereza São vários. A sílica, por exemplo, pode ser transformada em vidro, o plástico é reaproveitado transformado em outros materiais plásticos e o mesmo pode acontecer com as peças metálicas ao passarem por uma reciclagem.

INFO Quais ações já foram tomadas por esse grupo de sustentabilidade?
Profa. Tereza Quando começamos decidimos fazer uma experiência. Fizemos uma campanha de limpeza do CCE (Centro de Computação Eletrônica). Em apenas um dia recolhemos 5 toneladas de lixo eletrônico, como micros, mouse, teclado e CDs. Tudo isso vinha sendo acumulado pelas 220 pessoas que trabalham somente aqui no centro.

INFO O que vocês fizeram com todo esse lixo?
Profa. Tereza Essa coleta foi o primeiro passo de nosso projeto. Em seguida criamos uma comissão de sustentabilidade, que teve o objetivo de buscar formar de reaproveitar esse lixo eletrônico.

INFO Quem faz parte dessa comissão?
Profa. Tereza São oito pessoas das cinco divisões do CCE. Essa comissão foi procurar empresas ou organizações que pudessem fazer a reciclagem. Mas o que eles verificaram foi que a maioria das empresas que diziam que reciclavam só exportavam o lixo para lugares incertos, na maior parte das vezes da Ásia.

INFO Isso é ruim?
Profa. Tereza Sim. É ruim, porque dessa forma não é possível saber se a máquina é realmente reciclada ou é apenas descartada num outro lixão. E os riscos de ter esse lixo espalhado de forma inconseqüente são grandes.

INFO Quais são esses riscos?
Profa. Tereza Uma pilha comum, de boa qualidade, tem 0,02 mg de mercúrio. Já uma pilha de marcas duvidosas e de baixa qualidade tem 80 mg de mercúrio. Se essa pilha é jogada num rio ela pode de alguma maneira afetar a vida de uma pessoa. Agora imagine que no Brasil são consumidas por ano 800 milhões de pilhas de boa qualidade e 400 milhões de pilhas de má qualidade. Em baterias de notebooks também tem uma certa quantidade de mercúrio. Para onde vai todo esse mercúrio, que é uma substância cancerígena? Por isso a necessidade de se fazer um descarte responsável.

INFO Voltando ao lixo eletrônico do CCE, o que foi feito com a sucata?
Profa. Tereza A comissão de sustentabilidade encontrou uma única empresa que realmente fazia a reciclagem. No entanto, para as cinco toneladas de lixo eles pagaram somente 1 200 reais. A partir daí começamos a pensar na criação de uma área de reciclagem de materiais eletrônicos aqui no CCE.

INFO Essa área de reciclagem já está funcionando?
Profa. Tereza Não. Estamos fazendo uma avaliação da viabilidade financeira dessa iniciativa e para isso também estamos contando com a ajuda do MIT.

INFO Quando esse centro de reciclagem estiver pronto vai ser possível levar uma máquina para a USP na hora de fazer o descarte?
Profa. Tereza Ainda não sabemos como funcionará o centro. Há duas possibilidades: criar um centro que faça apenas a separação dos materiais que podem ser reaproveitados ou criar realmente um centro capaz de realizar processos químicos para separar os itens de um micro que realmente são reaproveitáveis. Neste últimocaso seria necessária a obtenção de maquinas maiores para os processos químicos.

INFO Muita gente costuma doar suas máquinas para instituições de caridade ou ONGs de inclusão digital. Esse tipo de iniciativa pode ser considerado sustentável?
Profa. Tereza É preciso analisar com cuidado esse tipo de descarte de máquina. O que se vê muito é que os micros doados têm muitos problemas. Às vezes três micros velhos desmontados se transformam em apenas um micro inteiro, o restante dessa é descartado. A pergunta nesse caso é será que esse descarte tem sido feito de forma sustentável?

INFO A venda de micros tem crescido muito no Brasil. Isso aumenta o número de máquinas em uso. Isso não é um desafio à sustentabilidade?
Profa. Tereza Com certeza é. Há estatísticas que dizem que 10% dos micros em uso ficam obsoletos todos os anos no Brasil. No caso de celular esse número de equipamentos descartados é ainda maior, já esse tipo de equipamento fica obsoleto com maior velocidade.

INFO Na USP foi criado também o selo verde para fabricantes de máquinas e eletrônicos. Qual o objetivo desse selo?
Profa. Tereza Esse selo tem a intenção de identificar as máquinas que são feitas num modelo sustentável. Entre as características está a inexistência de chumbo, a capacidade de economizar energia elétrica, o alinhamento com as normas ISSO 14001 e ISSO 9001 e aderência ao ROHS (Restriction os Certain Hazardous Substances).

INFO Quem já recebeu esse selo verde?
Profa. Tereza A primeira empresa foi a Itautec. Fizemos uma compra de 1962 desktops e 300 laptops. Eles se comprometeram a desenvolver uma máquina com as nossas especificações e apesar do custo 2% mais alto, a quantia não foi repassada para a USP. Em contrapartida a USP emitiu um selo atestando que as máquinas com aqueles números de série são verdes.

INFO Na sua opinião, o que falta para que todas as fabricantes comecem a produzir máquinas verdes, independentemente do selo?
Profa. Tereza No caso do Brasil falta uma legislação que obrigue os fabricantes a criarem máquinas com essas características.

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Boas-vindas: a USP recicla com o USP Recicla

por Juliana Miasso, 3º ano (Letras) e Simone Oliveira, 6º ano (Letras)

Além da intensa vida acadêmica, do convívio social e da produção e circulação de conhecimento, a Universidade de São Paulo também se preocupa com o Meio Ambiente.
Pesquisas ligadas ao desenvolvimento sustentável, à reciclagem de materiais, à preservação ambiental, ao cuidado com animais em extinção, à despoluição do ar e ao consumo consciente da água são feitas pelo corpo docente e discente dos campi como forma de ajudar a manter o planeta em boas condições para que o habitemos.
Um dos projetos institucionalizados pela universidade e que busca colaborar para a conscientização na reutilização e reciclagem de materiais, contribuindo assim para a diminuição da produção de resíduos que poluem o Meio Ambiente, é o USP Recicla, junto à Agência USP de Inovação.
O USP Recicla busca transformar a Universidade de São Paulo em um bom exemplo de consumo responsável e de destinação adequada dos resíduos – objetivos importantes nos dias de hoje e bastante discutidos em âmbito mundial.
O público prioritário do programa é a comunidade USP, que conta com cerca de 85 mil pessoas. Estando presente nos seis campi da universidade, o programa conta com a atuação direta de aproximadamente 500 pessoas, entre docentes, funcionários e estudantes. O programa, porém, também atende o público em geral, por meio de divulgação de informações, atendimento via telefone e e-mail, atendimento a visitantes e realização ou colaboração em eventos abertos à sociedade em geral (como, por exemplo, a parceria com Prefeituras Municipais e a promoção de atividades e projetos em escolas).
A implantação do programa depende da decisão da própria unidade ou órgão. Após o dirigente da unidade/órgão constituir a Comissão Interna USP Recicla, inicia-se a implantação do programa (os estudantes também podem se integrar à Comissão Interna de suas respectivas unidades).
Infelizmente, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), apesar de ser a maior unidade do campus da capital, é uma das unidades que ainda não participa do programa. Entretanto, a unidade já conta com a sua Comissão USP Recicla, coordenada pela Profa. Dra. Marlene Suano. Essa comissão buscará que o programa seja implantado na unidade assim que possível.

Além disso, é também com esse motivo principal que o Núcleo FFLCH de Meio Ambiente foi criado (através do Centro Acadêmico da faculdade de Letras), para que possamos nos unir a essa comissão e ajudar no que for necessário para que contemos com o USP Recicla na nossa faculdade ainda neste ano de 2009.

Esperamos que todos os Centros Acadêmicos e estudantes da FFLCH se integrem a este núcleo e o tomem para si se assim quiserem e, dessa forma, que todos participemos, colaboremos e trabalhemos para que a implantação do USP Recicla na FFLCH realmente aconteça. Acreditamos que apenas com a ajuda de todos isso será possível.

Sejam todos bem-vindos ao Núcleo FFLCH de Meio Ambiente e mãos à obra!

Fale conosco e participe:

meioambientefflch@gmail.com

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